OS DESAFIOS DE DORIVAL


 Dorival chegou e vai pegar terra arrasada. Os interinos, Ramon e Diniz, não deixaram nada de positivo que o novo treinador possa aproveitar. Trabalhos ruins, resultados horríveis e legado zero durante a Era dos Interinos. Os desafios de Dorival não serão poucos e o tempo é inimigo. E não se iluda Dorival: se não entregar bons resultados o mais rápido possível, a demissão é certa.

O novo treinador terá como primeiro desafio formar uma equipe. A espinha dorsal de Tite não existe mais. Será preciso um novo desenho tático e, em virtude dos últimos trabalhos de Dorival, provavelmente será o clássico 4-4-2 com um losango no meio-campo. Dito isso, o técnico precisa encontrar novos laterais. O Brasil não produz laterais confiáveis a muito tempo. Organizar a defesa, tão vazada ultimamente, é outro desafio. Insistir com Marquinhos? Apostar em Beraldo? Esperar a volta de Militão? Dorival se deparará com um enorme ponto de interrogação defensivo.

No meio, contará com os retornos de Casemiro e Paquetá e precisa achar uma posição para Bruno Guimarães. Achar um armador? Um desafio tão grande quanto encontrar bons laterais. Será que Raphael Veiga terá capacidade de assumir tal responsabilidade? Ou a solução será esperar a volta de Neymar? Por falar em Neymar, como fazer o time se virar sem ele? Dorival terá que dar um jeito.

No ataque, o cenário é mais alentador. Vinicius Jr e Rodrygo provavelmente terão como companhias Endrick e Vitor Roque, as estrelas da próxima geração nacional. Achar um camisa 9? Neste ponto, a solução parece estar encaminhada. Resolvendo tudo, Dorival ainda terá que tornar esse time solido; confiável. O tempo não ajuda, os primeiros times adversários também não. Dorival estreia contra a Inglaterra, em Londres, e depois vai a Madrid enfrentar a Espanha. Dois adversários duríssimos. Depois, enfrenta o México em junho e vai para a Copa América. Detalhe: tudo isso sem Neymar que, bem ou mal, ainda é a principal referência técnica do time.

Bem-vindo, Dorival! Seleção Brasileira é assim mesmo, sem muito tempo para trabalhar e um nível de exigência nas alturas permanente. Só um aviso: se for demitido antes, não vale choramingar viu. Não adianta pregar continuidade do trabalho se você é o primeiro a quebrar suas próprias regras. Futebol é assim, capitalismo na veia, a lei do mais forte. São Paulo e Ceará que o digam, não é Dorival?

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